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Quatro perguntas para Daniel Dornelas

Depois da linda entrevista que Daniel Dornelas fez com Felipe Brandão para o blog da Oficina Raquel, nós da equipe da editora decidimos convidar o autor estreante Daniel para uma conversa, tudo isso…

1 – Como foi o seu processo pessoal para pensar no tema de Para morrer como um passarinho?

R: Davi, meu irmão gêmeo, viveu 22 anos com a Síndrome de Rasmussen. Quando eu tinha por volta de 8 anos de idade, entendi que a saúde do meu irmão era delicada, pois ele precisava ficar internado com certa frequência. Na mesma época, minha avó paterna faleceu por um problema de coração. Eu passei a ter muito medo da morte do meu irmão.

Eu cresci com esse desejo de querer entender a morte, de querer entender o que é viver e o que é morrer.

Entrei na Faculdade de Medicina inspirado por Davi. Eu queria cuidar dele e, durante o curso, eu conheci os cuidados paliativos, conheci histórias muito bonitas desses pacientes, e foi aí que eu quis, de fato, narrá-las.

Comecei a escrever crônicas sobre algumas das experiências mais marcantes, e aí eu decidi: eu vou escrever um livro com o título Para morrer como um passarinho.

2 – Como você enxerga Para morrer como um passarinho na divulgação dos cuidados paliativos?

R: Eu acredito na força de essas histórias encantarem as pessoas, de emocionarem, de ensinarem e também de mostrarem a importância dos cuidados paliativos, porque a gente tem que falar sobre o assunto. O mais importante é chegar para os leitores histórias de amor, de cuidado, de redenção no fim da vida. Mais do que nunca, é preciso estruturar a política nacional de cuidados paliativos!

3 – Qual ou quais histórias mais te tocaram escrevendo esse livro?


R: Olha, todas as histórias mexeram comigo de alguma forma a ponto de e querer muito que elas estivessem no livro. Agora, algumas histórias, como a história do Seu Moacir, um paciente que pôde morrer ao lado da família completa, me encanta porque mostra que a gente está conseguindo desmistificar a morte, a ponto de não ter que tirar uma criança de perto daquela pessoa e mostrar que a morte faz parte do ciclo da vida.

Então, é uma história de que eu me orgulho muito. Outra que eu gosto muito é a história do Iago, que também estava em cuidado paliativo domiciliar, e ele, no meio dos cuidados, disse à equipe que queria viajar para Belo Horizonte, sair do interior, rodar 300 quilômetros para poder assistir a um show de pagode com o grupo favorito dele.

O Iago me emocionou muito, porque ele pôde fazer isso. Ele realizou o desejo dele, nos mostrou que a vida supera qualquer diagnóstico. Que viver é isso, é a coragem de fazer aquilo que as outras pessoas dizem que não é certo, que não dá para fazer.

4 – O que os leitores de Para morrer como um passarinho, podem esperar deste livro?

R: Para morrer como um passarinho não é um livro triste, não é um livro para te fazer entrar numa “deprê”. É um livro para emocionar, para sensibilizar e especialmente para alertar para o hoje, o agora. Mostrar que a gente é finito, que a gente precisa conversar sobre o nosso futuro, que a gente, quando encara a própria morte, compreende melhor a vida, e a gente faz valer a vida que a gente tem!

Para morrer como um passarinho está disponível na Amazon, no site da Oficina Raquel e nas livrarias.

Sobre o autor

Mineiro, criado na zona rural de Santa Bárbara do Leste, município vizinho a Caratinga, onde nasceu. Escolheu a medicina pelas vivências com Davi, seu irmão gêmeo que viveu 22 anos com uma síndrome rara. Daniel escreve com a esperança de curar almas – a sua e as dos leitores. Amante nada discreto da leitura, é o tipo de pessoa que sempre leva um livro para onde vai. Acredita no poder transformador das histórias, sejam elas reais ou não. Por isso, desde 2016 mantém páginas nas redes sociais onde indica livros e incentiva alunos de escolas públicas a se dedicarem aos estudos. “Para morrer como um passarinho” é o seu primeiro livro.

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