Vamos conversar sobre cordel no tempo de um cafezinho?
O cordel e sua tradição centenária é talvez uma das formas mais conhecidas de contar as mais diversas histórias, desde o imaginado testamento de uma cigana até a peleja entre o homem e o diabo. O cordel atravessou gerações com suas rimas e malemolência. Neste final de 2024, a editora Oficina Raquel traz a público o livro Sete Cordéis Brasileiros, escrito por Luiz Antonio Simas e ilustrado por Jo Oliveira.
Se o cordel foi um modo de o povo nordestino contar e transmitir seus conhecimentos e histórias, Simas faz da tradição um padê arriado na encruza das culturas populares brasileiras. Se o Brasil é marcado por suas contradições, a brasilidade é um dos elementos que nos une e identifica as pessoas. Os cordéis escritos por Simas alicerçam essa ponte entre o Brasil urbano, debochado e inventivo e a tradição popular nordestina.
Mais do que um livro de cordel, a obra de Simas é um retrato brincante do Brasil; não do Brasil oficial, mas do oficioso: do jeito brasileiro de brincar, sorrir e, claro, satirizar – algo comum ao cordel. A ponte imaginária e imaginada construída por Simas liga a rua à própria rua, em um encruzo que só a brasilidade pode explicar. Ou, melhor, satirizar.
Sete Cordéis Brasileiros está disponível em nosso site e nas livrarias.
Sobre o autor
Luiz Antônio Simas é carioca, filho e neto de pernambucanos e alagoanas. Mestre em História Social pela UFRJ, professor de história, educador popular, escritor, poeta e compositor, tem mais de trinta livros publicados sobre culturas de rua do Brasil. Desde a publicação de seu primeiro livro, O vidente míope (Folha Seca, 2009), foi finalista do Prêmio Jabuti em três ocasiões, com as obras Coisas nossas (José Olympio, 2017), O corpo encantado das ruas (Civilização Brasileira, 2019) e Sonetos de birosca e poemas de terreiro (José Olympio, 2022), seu primeiro livro de poesia. Foi ganhador do mesmo prêmio na categoria Livro do Ano de 2016, em parceria com Nei Lopes, pelo Dicionário da história social do samba (Civilização Brasileira, 2015).
Sobre o Ilustrador
Jô Oliveira é de Pernambucano da Ilha de Itamaracá, passou boa parte da sua infância em Campina Grande, PB, e a adolescência em Aquidauana e Ponta Porã, MS. Foi aluno da Escola Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro, e por seis anos morou em Budapeste, Hungria. Durante seis meses estudou desenho animado no Stúdió Pannónia, e depois frequentou a Academia Húngara de Artes Aplicadas (Magyar Iparmüvészeti Föiskola, hoje conhecida como Universidade Moholy-Nagy de Arte e Design), onde concluiu o curso de Artes Gráficas. Publicou livros na França e Alemanha, e seus quadrinhos tiveram edições na Espanha, Itália, Grécia, Sérvia, Dinamarca, Argentina e Brasil.