Exú é a boca que tudo come. Um dos itans de Exú nos conta que Exu, quando ele nasceu, teve uma fome sem fim e seus pais, Orunmilá e Iemanjá, lhe davam de tudo para aplacar sua fome. Com uma imensa bocarra, Exú devorava tudo que via.
Essa metáfora nos convida a mergulhar na rica simbologia que envolve essa divindade. Exu é a força vital que se manifesta em todas as coisas, o princípio da energia que se transforma incessantemente. A boca que tudo come representa a capacidade de Exu de absorver e integrar todas as experiências, tanto as positivas quanto as negativas.
A relação de Exu com a literatura é intrínseca. Ele é o orixá da comunicação, da palavra falada e escrita. Exu é o mensageiro entre os deuses e os homens, o portador das notícias, o intérprete dos símbolos. A “boca que tudo come” também pode ser interpretada como uma sede de conhecimento, uma busca incessante por informação e sabedoria. Exu nos convida a ler o mundo, a decifrar seus códigos e a compartilhar nossos aprendizados.
Em um catálogo editorial, encontramos desde a interpretação de arquétipos ancestrais até as narrativas que desafiam as opressões, como em A culpa é do diabo: o que li, vivi e senti nas encruzilhadas do racismo religioso. Uma literatura, tal qual Exu, é a boca que tudo vem e a comida que a tudo alimenta, um espaço de resistência e transformação.
A culpa é o do diabo: o que li, vivi e senti nas encruzilhadas do racismo religioso está em pré-venda em nosso site e na Amazon. Em breve estará em todas as livrarias.