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Os sete cordéis que compõem este livro são poeticamente construídos a partir de formas poéticas amalgamadas a partir dos signos da diversão, do requinte, da acessibilidade e do refinamento.
Luiz Antonio Simas é, no Brasil dos dias de hoje, o intelectual que mais se aproxima da linhagem de Ariano Suassuna: aquele que, ao abordar as culturas populares, revela a profunda ligação que as mesmas têm com as manifestações culturais ditas “sofisticadas”. Não por acaso, em um dos seus Sete cordéis brasileiros, o eu-lírico diz: “Gosto de rito e de fé/ de soneto e de sanfona”. Com efeito, os cordéis de Simas misturam Rainha Elizabeth com Exu, Maradona com São Pedro, Pixinguinha com Santa Hildegarda, Paulo Freire com Napoleão. Neste livro, portanto, personagens e situações provêm de tradições múltiplas – e ainda bem que assim o é, visto que eles permitem aos leitores o acesso a uma variedade ampla de tradições.
O resultado é um livro no qual convivem harmoniosamente o sagrado, o profano, e mais ainda: as ruas da cidade, os botequins, as macumbas e a tradição armorial e delirante do Nordeste.
É carioca, filho e neto de pernambucanos e alagoanas. Mestre em História Social pela UFRJ, professor de história, educador popular, escritor, poeta e compositor, tem mais de trinta livros publicados sobre culturas de rua do Brasil. Desde a publicação de seu primeiro livro, O vidente míope (Folha Seca, 2009), foi finalista do Prêmio Jabuti em três ocasiões, com as obras Coisas nossas (José Olympio, 2017), O corpo encantado das ruas (Civilização Brasileira, 2019) e Sonetos de birosca e poemas de terreiro (José Olympio, 2022), seu primeiro livro de poesia. Foi ganhador do mesmo prêmio na categoria Livro do Ano de 2016, em parceria com Nei Lopes, pelo Dicionário da história social do samba (Civilização Brasileira, 2015). Suas canções foram gravadas por artistas como Maria Rita, Marcelo D2, Criolo, Rita Benneditto e Fabiana Cozza. Também atuou como curador das exposições “Crônicas cariocas” (Museu de Arte do Rio), ao lado de Conceição Evaristo; “Semba/Samba: corpos e atravessamentos”, junto a Nei Lopes e com curadoria artística e projeto museográfico dos carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad; e “Aos heróis da liberdade” (Museu do Samba/RJ), com Gringo Cardia.
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